Pois é... o que tem que ser, é!
A receita é lutar, não desistir e sobretudo acreditar,
acreditar em ti, acreditar nos teus colegas, acreditar nas instituições e na
seriedade de quem te convida! Não é fácil e muitas vezes acabamos por desistir,
mas eu optei por lutar por aquilo que penso que é meu... A sorte já tinha sido
lançada e o mais difícil já estava mesmo posto por escrito. A aprovação de um
projeto como este não é fácil, há muita
concorrência, muitos investigadores a lutarem pelo mesmo e este já tinha sido
aprovado em dezembro de 2012!! Após meses e meses sem ver as decisões
avançarem, confesso que temi que esta viagem acontecesse mesmo J Mas depois de um ano á espera, e sem deixar cair os
braços, todos os tramites burocráticos se resolveram e pouco a pouco começamos
a tomar decisões cada vez mais promissoras até que finalmente cheguei a MANAUS
:)
A viagem foi algo conturbada; de Bruxelas saí ás 6h da
manha para Lisboa, de Lisboa a intenção era chegar a Brasília em 9h, mas o
avião foi desviado para Belo Horizonte e tardamos 14horas para chegar a
Brasília, de Brasília ainda fiz mais 4h de voo para Manaus... posso dizer que
foram mais de 24 horas de viagem, entre esperas e aviões, mas a ilusão com que
vinha superava qualquer coisa e nada me parecia demasiado problemático, nem
cansativo! Nem tinha fome, nem sentia cansaço, nem estava aborrecida, só
pensava! Pensava e pensava como seria Manaus, como seriam os meus colegas, como
seriam os meus alunos, como seria a comida que todos me falavam que iria ter dificuldade,
o clima, incluindo o calor e os bichinhos, etc. Eu escrevi muito durante a
viagem, escrevi no meu diário sobre as minhas expectativas e ilusões, escrevi
propostas e objetivos de trabalho, afinal o tempo nos aeroportos e nas viagens
pode ser bastante produtivo, não há nada nem ninguém q te incomode, todos
dormem á tua volta, ou veem filmes com os headphones, o ambiente é extremamente
calmo...
Agora, depois de mais de 12 dias aqui, já posso
registar aqui as minhas primeiras sensações sobre a cidade, sobre o meu
trabalho e sobre a minha vida de Manauense. Se tivesse que descrever numa só
palavra estas experiências eu escolheria a palavra DIFERENTE! É realmente
diferente de todas as experiencias que já tive. A comida é diferente, existem
muitos frutos e legumes que aparecem em todas as refeições que são
desconhecidos para mim e que marcam essa diferença na textura, no paladar, no
gosto, na sensação... O clima é diferente, diferente no calor, na humidade, nas
chuvas, que são tropicais e carregadas de raios... Os horários são diferentes,
sim! Aqui levanto-me antes das 6 horas para ir para o ginásio antes de começar
a trabalhar ás 8h; almoçamos ás 11.30 porque ás 12h na cantina já é difícil
apanhar comida... e ás 18h é noite cerrada. A hora não muda durante todo o ano
e o clima é sempre o mesmo... A liberdade?¿ meus caros amigos, é DIFERENTE
mesmo! Ir sozinho a qualquer parte não sei se é impossível, porque impossível
não é nada mas se não tens meios, torna-se mesmo muito difícil... n há passeios
nas ruas, as ruas não são ortogonais e é fácil que te percas, a rede de
autocarros é caótica, complicada para ir de um sitio a outro, levas horas...
Inseguridade?¿ Eu oiço falar mas realmente ainda n senti medo, só fico
assustada de ver policias armados em qq local e sobretudo na entrada das casas,
dos bancos, dos supermercados.. todos os vidros dos carros são fumados e as
casas não dão diretamente para a rua, têm grades e mais grades...
Eu poderia contar já mil e uma diferenças, e não
acabava o jogo hoje... por isso, vou optar por ir contando aos poucos, conforme
me vá lembrando.
A sensação de quando provei a sopa indígena Tacacá, no centro da cidade de Manaus,
de frente para a Opera (um dos edifícios mais bonitos da cidade) foi a experiência que mais
me marcou! Eu fiquei sem palavras e senti um arrepio percorrer-me toda a espinha dorsal quando dei o
primeiro gole... É um caldo fino com
cebola, alho, pimenta, salsa, tem camarão do rio e mais uma série de temperos
conhecidos, mas tem um goma branca feita a partir da tapioca que é
esquisitíssimo... e uma erva, que eu diria que aparentemente parece espinafres,
mas o sabor não tem nada a ver, é ácido misturado com hortelã, que contagia o
sabor de todo o caldo e deixa uma textura na boca rugosa. Comecei a gostar da
sopa á medida que a ía comendo, porque o sabor não é de facto desagradável, mas não é reconhecível nem comparável, por
isso eu fiquei impressionada!
Café da manhã, com Karla e Almir |
Kcal PTN(g) LIP(g) CHO(g) Vit. A FIB
474 5,50 47,20 6,80 5170,00 19,20
474 5,50 47,20 6,80 5170,00 19,20
o Cupuaçu, que é um fruto que se toma em suco, e sabe tipo a melão com limão... é ótimo!;
Sandes de Tucumã com queijo prato |
o Açaí que
já conhecia, de tomar em Florianópolis mas o fruto só há aqui nesta região, normalmente
toma-se em suco tipo granizado, ou em gelado;
e muitas outras iguarias que vou ouvindo e que os
nomes custam a ficar registados. Mas atenção porque aqui é tudo excessivamente
calórico! É preciso ir ao ginásio todos os dias para lutar contra as calorias
ingeridas J eheh
Aniversário da tia Leila!! |
Espero que assim seja!!