16 de mai. de 2009

Religião Umbanda, na noite do Preto Velho!

Numa noite especial para a religião do Umbanda – 13 de Maio, data em que se celebra a abolição da escravatura em todo o Brasil – a religião do Preto Velho faz uma festa! Fomos convidadas a assistir, através de um professor da Universidade que é o Pai Santo deste terreiro que está em Florianópolis na parte continental.

Era uma cerimônia diferente da habitual, ambiente de festa para os seguidores desta religião que acreditam na ‘encarnação’ dos santos, fizeram o seu ritual todos vestidos de branco, com cantares e batuques de influência Africana.

Em conversa com o Pai Santo fiquei, a saber, que esta religião é a primeira e a única de origens puramente Brasileiras, apesar da sua forte influência Africana. Criada pelos escravos que vieram de África, estes se juntavam na tentativa de chamar os santos para ajudá-los nos seus problemas diários.

Para quem está de fora... As músicas são lindas, cheias de ritmo, de alegria, dá vontade de dançar! Os crentes, todos vestidos de branco, começam a oração pedindo paz, amor... Começam por se cumprimentar todos, um a um, com uma saudação peculiar... Depois começam a cantar e a dançar, rodopiando, dando voltas no mesmo local... Até que o Pai Santo recebe o primeiro santo. Este passa a mensagem aos crentes que estão no ritual e estes pouco a pouco vão recebendo a encarnação do mesmo santo.

O ambiente torna-se diferente... Muito pesado, muito calor pela energia que emana de toda aquela gente que grita que se atira para o chão, que geme que chora que dança... É muito emocionante para quem faz a reza, mas também para quem assiste.

Ficamos todos benzidos pelo incenso de alecrim com alfazema que circula pela sala e um por um, incluindo os assistentes, recebem o fumo com as mãos e levam-no para a cara, e para a cabeça.


Fizemos poucas fotos... Por respeito, para não interromper nem perturbar, mas algumas talvez consiga subir.

A celebração terminou com uma feijoada que foi distribuída por todos... E com a reza de um Pai Nosso e uma Ave Maria.

Foi uma experiência única. Difícil de explicar, mas que mexe com as emoções de quem assiste, sobretudo por ver a fé que as pessoas têm e até que ponto chega esta devoção pelos santos.

Eu saí calada... pensativa...
Su

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